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Comércio lidera expansão do consumo no mercado livre

Na avaliação da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), o setor de comércio foi o líder na expansão do consumo no Ambiente de Comercialização Livre (ACL). Em março deste ano, o segmento consumiu 917 MW médios, 24,5% a mais do que os 736 MWm registrados no mesmo período do ano passado.

A expansão é quase toda advinda do impacto das migrações, que seguem sendo principal impulsionador de crescimento do mercado livre, apesar do ritmo mais desacelerado quando comparado ao pico de migrações registrado em 2016.  Neste ano, foram 216 adesões apenas no primeiro trimestre, alcançando a marca de 5.349 consumidores. Ao excluir o efeito de novas cargas, o comércio ainda apresenta uma expansão de 2,6% no consumo de energia.

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Tarifa branca é nova opção para os consumidores a partir de 2018

 

A tarifa branca é uma nova opção que sinaliza aos consumidores a variação do valor da energia conforme o dia e o horário do consumo. Ela será oferecida para as unidades consumidoras que são atendidas em baixa tensão (residências e pequenos comércios, por exemplo).  A partir de 1º de janeiro de 2018, todas as distribuidoras do país deverão atender aos pedidos de adesão à tarifa branca das novas ligações e dos consumidores com média mensal superior a 500 kWh. Em 2019, deverão ser atendidas unidades com consumo médio superior a 250 kWh/mês e, em 2020, para os consumidores de baixa tensão, qualquer que seja o consumo.

Controle do consumo. Com a tarifa branca, o consumidor passa a ter a possibilidade de pagar valores diferentes em função da hora e do dia da semana em que consome a energia elétrica. Se o consumidor adotar hábitos que priorizem o uso da energia nos períodos de menor demanda (manhã, início da tarde e madrugada, por exemplo), a opção pela tarifa branca oferece a oportunidade de reduzir o valor pago pela energia consumida. Nos dias úteis, a tarifa branca tem três valores: ponta, intermediário e fora de ponta. Esses períodos são estabelecidos pela ANEEL e são diferentes para cada distribuidora. Verifique aqui.

A possibilidade de optar por essa tarifa amplia os direitos dos consumidores de energia elétrica. Da mesma forma que é possível aderir, se o consumidor não perceber a vantagem, ele pode solicitar sua volta ao sistema tarifário anterior (tarifa convencional). A distribuidora terá 30 dias após o pedido para retornar o consumidor ao sistema convencional. Caso queira participar de novo da modalidade tarifária branca, o consumidor deverá cumprir um período de carência de 180 dias. A tarifa branca não se aplica aos consumidores residenciais classificados como baixa renda, beneficiários de descontos previstos em Lei, e à iluminação pública.

É importante que o consumidor, antes de optar pela tarifa branca, conheça seu perfil de consumo. Quanto mais o consumidor deslocar seu consumo para o período fora de ponta, maiores são os benefícios desta modalidade. Todavia, a tarifa branca não é recomendada se o consumo for maior nos períodos de ponta e intermediário e não houver possibilidade de transferência do uso dessa energia elétrica para o período fora de ponta. Nessas situações, o valor da fatura pode subir. Por isso, é bom ter atenção ao solicitar a mudança.

Para ter certeza do seu perfil, o consumidor deve comparar suas contas com a aplicação das duas tarifas. Isso é possível por meio de simulação com base nos hábitos de consumo e equipamentos. Para aderir à tarifa branca, os consumidores precisam formalizar sua opção junto à distribuidora. Quem não optar por essa modalidade continuará sendo faturado pelo sistema atual.

Antes da criação da tarifa branca, havia apenas uma tarifa, a convencional, que tem um valor único (em R$/kWh) cobrado pela energia consumida que é igual em todos os dias, em todas as horas. A nova modalidade cria condições que incentivam alguns consumidores a deslocarem o consumo dos períodos de ponta para aqueles em que a rede de distribuição de energia elétrica tem capacidade ociosa. Este benefício reduz a necessidade de expandir a rede elétrica.

Mais informações sobre a modalidade tarifária branca podem ser consultadas no site da ANEEL no seguinte link: http://www.aneel.gov.br/tarifa-branca

 

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Tarifa de energia deve subir cerca de 10% em 2018.

As tarifas de energia elétrica dos consumidores brasileiros deverão ter uma elevação de cerca de 10% em 2018, segundo estimativas de comercializadoras de eletricidade, com impacto de um maior acionamento de termelétricas mais caras e a uma elevação em encargos que custeiam subsídios no setor.
A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovou nesta semana um orçamento de R$ 18,8 bilhões para custear subsídios nas contas de luz em 2018, contra R$ 16 bilhões em 2017.O custeio dos subsídios deverá exigir cobranças de quase R$ 16 bilhões em encargos, acima dos R$ 13 bilhões deste ano.
“A expectativa é que as tarifas subam, em média, 10% em 2018”, disse em nota o diretor da comercializadora Electra Energy, Leonardo Salvi.
A estimativa é próxima à da comercializadora Comerc Energia, que vê alta de em média 12% nas tarifas das distribuidoras no próximo ano.
“É importante ressaltar que esse percentual de aumento pode ser ainda maior, dependendo do volume de chuvas de 2018”, disse a empresa em nota.
A consultoria TR Soluções, especializada em cálculos de tarifas, avalia que somente a elevação dos encargos que cobrem subsídios deverá impactar em média em 3,7% as tarifas dos consumidores brasileiros em 2018.
“O aumento será mais significativo nos submercados Sul e Sudeste-Centro Oeste”, disse a TR, em nota.

fonte: https://economia.uol.com.br/noticias/reuters/2017/12/22/tarifa-de-energia-deve-subir-cerca-de-10-em-2018-preveem-comercializadoras.htm

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Começa cobrança de taxa extra maior na conta de luz…

A taxa extra cobrada na conta de luz dos brasileiros aumenta a partir deste domingo (1º).

Em outubro, a chamada bandeira tarifária será vermelha nível dois. É a primeira vez que a taxa extra atinge esse patamar, que representa um custo adicional de R$ 3,50 a cada 100 kilowatts-hora em eletricidade consumidos. Em setembro, a bandeira em vigor era a amarela, com custo extra de R$ 2 a cada 100 kWh consumidos.
O motivo é a seca, que prejudica os reservatórios das hidrelétricas e leva ao uso das usinas termelétricas, que têm custos mais altos. A definição leva em conta projeções de chuva na área dos reservatórios das hidrelétricas e de consumo, além de outros fatores.

As bandeiras começaram a ser cobradas em janeiro de 2015 e servem para cobrir esse custo mais alto de gerar energia por meio das termelétricas.

Pouca chuva, conta mais cara.
Quando há pouca chuva, o nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas cai, o que diminui a produção de energia. Para compensar essa queda, o governo manda acionar usinas termelétricas, a carvão, que são mais caras. Foi o que aconteceu no país desde 2013.

Foi criado, então, o sistema de bandeiras tarifárias, uma cobrança extra na conta de luz para bancar esses custos maiores na produção de energia.

Em 2016, a situação melhorou: choveu mais e subiu o volume dos reservatórios das hidrelétricas. Além disso, o consumo das famílias e indústrias caiu, e novas usinas começaram a funcionar.

Por isso, a bandeira foi sendo alterada ao longo do tempo:

Em dezembro do ano passado, vigorou a bandeira verde, sem cobrança de taxa extra;
Em março deste ano, passou a valer a bandeira amarela,
Em abril, entrou em vigor a bandeira vermelha 1, com taxa de R$ 3 a cada 100 kWh;
Em junho, voltou a valer a bandeira verde, sem cobrança de taxa extra.
Em julho, vigorou a bandeira amarela, com taxa de R$ 2 a cada 100 kWh.
Em agosto, passou a valor e bandeira vermelha 1, com taxa de R$ 3 a cada 100 kWh.
Em setembro, vigorou a bandeira amarela, com taxa de R$ 2 a cada 100 kWh.
A Aneel pede que os consumidores façam o uso eficiente de energia elétrica e combatam os desperdícios.

(Com Reuters e Agência Brasil)

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Conceito de sustentabilidade 

Sustentabilidade é um termo usado para definir ações e atividades humanas que visam suprir as necessidades atuais dos seres humanos, sem comprometer o futuro das próximas gerações. Ou seja, a sustentabilidade está diretamente relacionada ao desenvolvimento econômico e material sem agredir o meio ambiente, usando os recursos naturais de forma inteligente para que eles se mantenham no futuro. Seguindo estes parâmetros, a humanidade pode garantir o desenvolvimento sustentável.

 

Ações relacionadas a sustentabilidade

 

– Exploração dos recursos vegetais de florestas e matas de forma controlada, garantindo o replantio sempre que necessário.

 

– Preservação total de áreas verdes não destinadas a exploração econômica.

 

– Ações que visem o incentivo à produção e consumo de alimentos orgânicos, pois estes não agridem a natureza além de serem benéficos à saúde dos seres humanos;

 

– Exploração dos recursos minerais (petróleo, carvão, minérios) de forma controlada, racionalizada e com planejamento.

 

– Uso de fontes de energia limpas e renováveis (eólica, geotérmica e hidráulica) para diminuir o consumo de combustíveis fósseis. Esta ação, além de preservar as reservas de recursos minerais, visa diminuir a poluição do ar.

 

– Criação de atitudes pessoais e empresarias voltadas para a reciclagem de resíduos sólidos. Esta ação além de gerar renda e diminuir a quantidade de lixo no solo, possibilita a diminuição da retirada de recursos minerais do solo.

 

– Desenvolvimento da gestão sustentável nas empresas para diminuir o desperdício de matéria-prima e desenvolvimento de produtos com baixo consumo de energia.

 

– Atitudes voltadas para o consumo controlado de água, evitando ao máximo o desperdício. Adoção de medidas que visem a não poluição dos recursos hídricos, assim como a despoluição daqueles que se encontram poluídos ou contaminados.

 

Benefícios

 

A adoção de ações de sustentabilidade garantem a médio e longo prazo um planeta em boas condições para o desenvolvimento das diversas formas de vida, inclusive a humana. Garante os recursos naturais necessários para as próximas gerações, possibilitando a manutenção dos recursos naturais (florestas, matas, rios, lagos, oceanos) e garantindo uma boa qualidade de vida para as futuras gerações.

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Sustentabilidade ambiental: Por que comprar de empresas que pensam no seu futuro?

A sustentabilidade ambiental é um diferencial competitivo para empresas de diversos segmentos. Veja o que elas estão fazendo para assegurar o futuro do planeta e como você pode ajudar nessa luta.

 Você já deve ter ouvido falar na expressão sustentabilidade ambiental alguma vez na sua vida. Aliás, o interesse do brasileiro por saber mais sobre sustentabilidade é crescente. Se você fizer uma pesquisa rápida no Google Trends , por exemplo, vai ver que o termo sustentabilidade ambiental já atingiu 99 do total de 100 pontos de interesse em pesquisas no Google em 2017, o que é ótimo.

O que é sustentabilidade ambiental?

Tem uma frase que define bem o que é sustentabilidade no geral, e pode ser aplicada também à sustentabilidade ambiental. Para Brundtland (1987), sustentabilidade é a capacidade de: “suprir as necessidades da geração presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprir as suas”.

Basicamente, os pesquisadores e profissionais da área de sustentabilidade buscam soluções cada vez mais inovadoras, eficientes e eficazes para lidar com a preservação do meio ambiente, a diminuição do desperdício e dos resíduos e a utilização de materiais renováveis .

Os três pilares da sustentabilidade

A sustentabilidade ambiental é um dos três pilares da sustentabilidade . Ela deve atuar em conjunto com a sustentabilidade econômica e a social para que produzam, as três juntas, resultados realmente relevantes na sociedade em que vivemos.

A sustentabilidade ambiental você já conhece: é aquela que busca a utilização eficiente dos recursos, evitando o desperdício e reaproveitando o máximo dos resíduos gerados do uso.

A sustentabilidade social está ligada diretamente à qualidade de vida humana. Aqui, procura-se desenvolver medidas que promovam a saúde, educação, lazer e bem-estar de maneira acessível à toda a população.

Pelo nome, você pode estar pensando que a sustentabilidade econômica está relacionada ao dinheiro, mas fique sabendo que ela vai muito além. No nível empresarial, empresas comprometidas com a sustentabilidade econômica são aquelas que crescem e se desenvolvem sem comprometerem o ecossistema em que estão inseridas.

Clique aqui e conheça os blocos de vidro que produzem energia e podem revolucionar as construções!

É errado usar sustentabilidade ambiental como marketing?

É preciso entender que uma empresa realmente sustentável é aquela que tem um planejamento e une projetos e ações voltadas para os três pilares: ambiental, social e econômico e consegue se manter lucrativa .

Essas ações devem ser postas em prática diariamente e estarem alinhadas aos objetivos e ao DNA da empresa. Aqui, é preciso o entendimento de que a empresa, seus funcionários, a sociedade e o meio ambiente à sua volta fazem parte de um único ecossistema . Quando todos estão equilibrados, todos crescem juntos.

Acontece que a partir do momento que pesquisadores começaram a apontar a sustentabilidade – principalmente a sustentabilidade ambiental, aqui no Brasil – como um diferencial competitivo de mercado , começaram a aparecer várias iniciativas isoladas e ineficazes, mas vendidas como extremamente transformadoras.

A sensação que se teve foi que as empresas plantavam uma árvore e investiam milhões para anunciar que isso tinha acontecido. Isso é, em parte, culpa de alguns exageros do que se conhece como marketing verde, ou greenwashing .

Um pouco mais sobre marketing

Para saber mais sobre como utilizar as suas ações de sustentabilidade para fins de marketing de maneira consciente, ou ainda como identificar empresas realmente sustentáveis, você pode procurar mais sobre Philip Kotler .

Ele é um dos pesquisadores mais conceituados no mundo inteiro e tem sido destaque com o seu livro Marketing 3.0. Nele, Kotler alerta às empresas que os consumidores atuais estão cada vez mais exigentes e informados (você viu lá em cima o volume de pesquisas no Google).

Esse novo cenário “obriga” as empresas a adotarem novos posicionamentos, modelos de negócios e tomarem decisões melhores para todos .

Brasileiros preferem empresas sustentáveis

Desde 2012, pesquisas já destacam essa tendência dos brasileiros a preferirem empresas que investem em sustentabilidade. Em pesquisa da Nielsen, 74% dos entrevistados afirmaram que preferem comprar produtos e serviços de empresas sustentáveis. 46% desses, inclusive, estão dispostos a pagar mais por esses produtos.

Em outra pesquisa, de 2015, realizada pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), 85% dos entrevistados disseram que já compreendem a necessidade de consumir melhor, invés de consumir mais . Na mesma pesquisa, 75% dessas pessoas acrescentam que o consumo exagerado põe em risco o planeta.

Já pensou em ter uma casa sustentável? Veja como!

Aliás, é bom que você fique de olho no CEBDS

O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável é formado por grupos empresariais bastante conhecidos no seu cotidiano. Entre eles, Nestlé, Natura, Grupo Boticário, Unilever, Ambev e Banco do Brasil.

O CEBDS é integrante do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), que é considerado o órgão mais importante na difusão e luta por uma maior responsabilidade e sustentabilidade ambiental nas empresas de iniciativa privada a nível mundial. Ele é formado por líderes mundiais de grandes grupos multinacionais como a 3M, a Apple, Bayer, BMW, The Coca-Cola Company.

Por que é importante que você acompanhe o trabalho deles?

Aqui no Brasil, o Conselho foi o primeiro a trazer ideias inovadoras de gestão da sustentabilidade para a iniciativa privada . Se você tem uma empresa privada e está buscando soluções para o seu negócio, dá uma conferida aqui .

Você vai ver que existem várias ferramentas, conceitos e práticas bem atuais e criativos que vão fazer a diferença aí onde você mora, seja a nível local ou nacional. Inclusive, eles lançaram um relatório bem interessante sobre como construir um Brasil mais sustentável até 2050, clique aqui pra conferir.

Afinal, vale a pena pagar mais em produtos de empresas sustentáveis?

Em tempo, é importante ressaltar que nem sempre os produtos de empresas que investem em sustentabilidade são mais caros que os demais .

Aí é uma questão individual, de acordo com o que você acredita. Empresas que possuem sólidos programas de sustentabilidade estão investindo no futuro da sociedade, ou seja, no seu futuro e dos seus filhos .

Comprar dessas empresas é um incentivo para que elas continuem com esses investimentos e que cada vez mais empresas também adotem atitudes sustentáveis. Podemos dizer que, de maneira indireta, você está investindo no seu próprio futuro .

É claro que esse ainda é um caminho muito longo a ser percorrido . Muitas empresas encaram a sustentabilidade como um custo e não como um investimento. Muita gente também ainda pensa que isso é obrigação só das empresas, enquanto deve ser de todo mundo .

Anualmente, a empresa canadense de pesquisa Corporate Knights lança a lista das 100 empresas mais sustentáveis do ano (Global 100). A Natura, inclusive, ficou no top 20 em 2017. Você pode conferir a lista completa aqui.

Você também pode acompanhar o que as empresas que você compra estão fazendo pelo mundo através dos Relatórios de Sustentabilidadeque elas emitem. Confira aqui o que a Natura fez em 2016 para ser considerada top 100 pela Forbes.

E você? Quais ações sustentáveis você pratica no seu dia a dia?Conhece algum projeto legal que está fazendo a diferença no mundo também? Conta pra gente!

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Leilão de usinas aumentará tarifas de energia elétrica em MG

Se o leilão das usinas hidrelétricas da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) for realizado nos termos atuais, o valor do MWh (megawatt-hora) vai subir. Essa é a avaliação de Nelson Hubner, diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) entre 2009 e 2013. Atualmente, ele é presidente conselho de administração da Light e também integra o conselho de administração da Cemig.

Hubner deu as declarações no 22º Congresso Brasileiro de Economia, que se encerrou ontem (8) em Belo Horizonte. Para ele, os leilões serão vantajosos para a empresa que vencer a concorrência porque os custos serão repassados à energia elétrica. Por outro lado, o leilão seria mau negócio para a sociedade e poderia trazer impactos negativos para a economia brasileira.

— O melhor caminho é um acordo entre o governo e a Cemig que ponha fim à questão. Pode por condições para um e para outro, dividir os lucros e os prejuízos. Num acordo, ganham os dois lados.

O governo federal pretende fazer o leilão de quatro usinas – Jaguara, São Simão, Miranda e Volta Grande – no próximo dia 27 e espera obter ao menos R$ 11 bilhões, montante considerado importante pelo Planalto para equilibrar as contas públicas. De acordo com o edital, os vencedores da concorrência assumirão o controle das hidrelétricas por 30 anos.

A Cemig opera as hidrelétricas atualmente, mas as concessões encerram-se este ano. A companhia mineira tenta evitar o leilão de três das quatro usinas: Jaguara, São Simão e Miranda. Ela alega que os contratos em vigor contêm uma cláusula que garante a renovação automática por 20 anos.

Atualmente, o leilão está suspenso. A Justiça Federal concedeu uma liminar pedida por um advogado sem vínculo com a Cemig, para quem os R$11 bilhões pedidos pelo governo federal estão abaixo do valor real das usinas. A AGU (Advocacia-Geral da União) recorreu ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) e espera derrubar a decisão.

Valores

Nelson Hubner tem opinião diferente em relação ao valor mínimo. Para ele, os valores são muito altos e estão fora da realidade. “As usinas juntas produzem em média cerca de 1,2 mil MWh. Segundo o edital, o investidor só terá domínio de 30%, pois os outros 70% estão em forma de cota que deverá ser repassada ao Ambiente de Contratação Regulada, que é gerenciado pela Aneel. Ou seja, serão em média 360 MWh por R$11 bilhões”, calcula.

Segundo ele, a construção de uma nova usina com capacidade de produção média de 360 MWh sairia mais barato.

— Fiz uma comparação com Belo Monte, que tem perspectiva de produzir em média 4,4 mil MWh e custa pouco mais de R$30 milhões. Ora, quem vencer o leilão vai pagar um terço de Belo Monte e receber 12 vezes menos. Trata-se de uma transferência brutal de recursos do setor energético para cobrir déficit do tesouro.

Ineficiência

O ex-diretor da Aneel diz ainda que o impacto na economia brasileira pode ser negativo, pois o custo da energia vai aumentar, podendo provocar ineficiência na indústria e gerar mais déficit.

— Se a Cemig conseguir chegar ao valor que o governo pede, no fundo, ela fará um empréstimo ao Tesouro. Ela vai buscar recursos com o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] ou com parceiros, como a Vale por exemplo. E na verdade não será ela que vai pagar. Ela vai repassar pra tarifa de energia conforme as regras do leilão.

Há duas semanas, a Cemig apresentou pedido de financiamento ao BNDES. A companhia mineira espera obter recursos para fazer uma proposta ao governo federal e convencê-lo a desistir do leilão. No entanto, na quinta-feira (6), o TCU (Tribunal de Contas da União) determinou de forma cautelar que seja suspensa qualquer negociação em curso com a Cemig. Conforme a decisão, um acordo pode “ferir institutos norteadores das licitações públicas, em especial a ampla competitividade e a busca da proposta mais vantajosa”.

Para Nelson Hubner, o excesso de decisões sobre o assunto é outro complicador para o leilão. Há ainda dois processos sobre o assunto no STF (Supremo Tribunal Federal). O ministro Dias Toffoli, que relata as ações, tentou mediar uma conciliação, mas não obteve sucesso.

— Não acredito que nenhum investidor privado sério vá entrar nesse leilão com o risco de judicialização. Alguns já expressaram isso publicamente. A Cemig perdeu no STJ, mas tem argumentos para renovar as concessões e tem um recurso no STF que ainda será julgado.